quarta-feira, 27 de abril de 2011

aconteceu.

E o acidente aconteceu. O que eu mais temia aconteceu. Foi um choque frontal, e fatal. Foi feio. Fez grandes estragos. Feridos, mortes. Corações despedaçados, sentimentos mortos. O barulho ensurdecedor do silêncio. E tudo foi causado por corações sem freios em uma relação chuvosa. E agora? Boa pergunta. O som da ambulância se destaca ao longe, mas é tarde demais. Não tem mais o que ser feito. O último suspiro de vida se ecoa pelo nada, se misturando com a neblina que se forma. E o líquido escorre pelo chão. As lágrimas brotam e escorrem sem controle. Param. Assim. Do nada. E agora? Tudo se desmaterializa em questão de segundos, e volta pro mesmo pesadelo. Eles continuam lá, no chão. Um em cada lado. Lado do que? Do nada, do tudo, da decepção. Eu já disse, é tarde. Nenhuma palavra é capaz de mudar algo agora. Nenhuma. Isso já aconteceu antes, não? Não com essa intensidade, não com essas consequências. Não com esse final. Polícia, ambulância, névoa, estrada, escuridão, lágrimas. Tudo some. Minto; as lágrimas continuam. Elas se duplicam, triplicam até. E lá está ela, um dos personagens principais. A mais ferida, na cama, rodeada de tristeza. Lágrimas, elas estão lá também. Elas sempre a acompanha. E ele? O outro personagem principal. Ah, ele está em alguma parte da casa, sentado, encolhido, com mais lágrimas, mas essas cristalizadas no rosto. É, pelo que vejo as lágrimas acompanham os dois. Fazendo papel de consolo, tentando diminuir a dor. Mas mudando de assunto: e agora?

Um comentário:

  1. Curti muito seu blog, posts realmente interessantes. Já estou te seguindo... =)

    ResponderExcluir